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terça-feira, 18 de agosto de 2020

Recordações do Futuro

A minha opinião:
Peculiar. Introspectivo. Em suma, Siri Hustvedt. Exigente também. Neste romance saltita e muda de discurso quando narra acontecimentos, reflete ou retira excertos do projeto de escrita falhado mas continua a ser uma brilhante análise de vida. 

A não ficção confunde-se com a ficção. Noção que passa em que algo se passa de autobiográfico, o que acontece com tantos e bons romances. Um tanto da autora prevalece na narrativa ficcionada. 

Uma jovem que procura ser escritora regista num diário o ano que viveu em NY. Este registo serve para recuperar a pessoa que era, que convive amíude em interjeições consigo própria, mais velha e com uma diferente perspectiva. Uma vizinha perturbada é uma obcessão para a jovem até ser salva. Um mistério que desvenda. 

A memória, a passagem do tempo, o paternalismo, a violência e a discriminação sobre as mulheres, o presidente Trump, etc... são muitos os temas que aborda. Infelizmente achei denso e não me agarrou como gostaria. 

Autor: Siri Hustvedt
Páginas: 400
Editora: Dom Quixote
ISBN: 9789722069663
Edição: 2020/ Junho

Sinopse: 
Com 23 anos e o objectivo de escrever um livro, S. H. troca o interior rural dos Estados Unidos por um esquálido apartamento na exuberante Nova Iorque do final dos anos 70. Todos os dias, para combater a solidão e a fome, a rapariga parte à descoberta da cidade, que na época é suja e perigosa e repleta de aventuras. Tem como única companhia os heróis literários da sua adolescência - Dom Quixote e Tristram Shandy - e a voz de uma vizinha, Lucy Brite, que todas as noites lhe chega através da parede da sala, entoando um triste cântico e longos monólogos bizarros, que S. H. aponta num diário. A misteriosa Lucy rapidamente se torna uma obsessão.

Quarenta anos depois, a reputada escritora S. H. encontra o seu velho diário e o rascunho de um romance inacabado. Justapondo os diversos textos, ela cria um diálogo entre os seus diferentes eus ao longo das décadas, num jogo que transforma a narradora - e o leitor - numa espécie de Sherlock Holmes (S.H.) em busca da verdade possível entre a memória e a imaginação.

Neste retrato da artista enquanto jovem, misto de thriller psicológico e bildungsroman, Siri Hustvedt questiona a nossa relação com a realidade, a capacidade da arte de mudar a nossa percepção do mundo, os limites da ficção e os mistérios da personalidade e da memória. Um romance profundamente feminista, que analisa o papel da mulher na sociedade patriarcal e as diferentes formas de violência a que está sujeita, e recupera uma figura fascinante da História, a excêntrica baronesa Elsa von Freytag-Loringhoven, a artista dadaísta de cuja obra Marcel Duchamp se apropriou. 

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