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domingo, 27 de dezembro de 2020

A Balada do Medo

 

A minha opinião:
Muito bom este romance de Norberto Morais. A escrita e a trama surpreendem pela ousadia e originalidade num estilo peculiar que lembra outras latitudes.

Cornélio Santos Dias de Pentecostes é uma personagem clichê. Caixeiro-viajante casado, mulherengo, com múltiplas identidades, que um dia é confrontado por um assassino contratado que o vai matar. A balado do medo de Cornélio começa quando procura sair desta situação desesperada, numa narrativa simultaneamente divertida e dramática.

A fluência da escrita e o domínio do rico léxico que maneja com segurança todos os sentimentos e emoções desta personagem que acarinho, é um talento que faz deste autor um prodígio. Nem consigo compreender como não é mais conhecido. Norberto Morais escreve como ninguém. Os cenários que cria são mágicos e encantam, numa história que tem muito de cinematográfica. Uma história de enganos, medo e superstição. Uma história tão antiga como a Humanidade. 

Autor: Norberto Morais
Páginas: 368
Editora: Relógio D'Água
ISBN: 9789896419431
Edição: 2019/ julho

Sinopse: 

No dia em que regressa a casa, cinco meses e meio depois de ter partido pela última vez, Cornélio Santos Dias de Pentecostes é confrontado com o anúncio da sua morte. Dez dias é quanto lhe resta de uma vida até aí bem-aventurada e feliz, que não tornará a sê-lo.

Durante uma semana e meia, o caixeiro-viajante de Santa Cruz dos Mártires mergulhará numa espiral de desespero, percorrendo os caminhos mais sinuosos de si e do seu passado à procura de motivos e salvação.

Ambientado numa América Latina imaginária, e carregado do simbolismo a que o autor nos habituou, A Balada do Medo é uma viagem aos lugares mais remotos das emoções humanas e uma alegoria aos dias ansiosos do presente, nos quais a verdade varia consoante os interesses de quem a vê, e ninguém é já um, mas uma miríade de personagens representando de acordo com as circunstâncias.

Num jogo de humor e sombras, Norberto Morais retoma a criação de um mundo que nos convoca para aquilo que de melhor se produziu na literatura latino-americana.

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