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quinta-feira, 14 de outubro de 2021

As Maravilhas

A minha opinião: 

Meio livro lido e não sabia o que pensar. Entretanto, percebi. A amargura resignada, a desesperança, incomodavam-me, nesta narrativa de duas mulheres. Pobres.
Conscientes de que até para protestar há que ter dinheiro. A alternância narrativa também não ajudava. Bem escrito e muito bem estruturado não conseguia agarrar-me como eu esperava. Sequer sentia empatia por estas protagonistas que ainda que inteligentes pareciam conformadas. Desapegadas. Maria da filha e Alícia da mãe. 

Uma história de mulheres como tantas outras, invisiveis, trabalhadoras e sós. Não me cativou.

Autor: Elena Medel
Páginas: 208
Editora: Dom Quixote
ISBN: 9789722072779
Edição: 2021/ setembro 

Sinopse: 
Qual o peso da família nas nossas vidas, e qual o peso do dinheiro?
Que acontece quando uma mãe decide não cuidar da sua filha, e quando uma filha decide não cuidar da sua mãe?
Seríamos diferentes se tivéssemos nascido noutro sítio, noutro tempo, noutro corpo?

Neste romance há duas mulheres: María, a que em finais dos anos sessenta deixa a sua vida numa cidade de província para trabalhar em Madrid; e Alicia, que faz o mesmo caminho trinta anos mais tarde, por razões distintas. E há, claro, a mulher que as une e de quem praticamente não se fala: filha de uma e mãe da outra.

As Maravilhas é um romance sobre o dinheiro, ou melhor, sobre como a falta de dinheiro pode determinar uma vida inteira de precariedade e matar todos os sonhos. Mas é também uma história sobre cuidados, responsabilidades e expetativas e sobre o passado recente desta nossa Península Ibérica, desde finais da ditadura até à explosão do feminismo, contada por duas mulheres que tão-pouco podem ir às manifestações lutar pelos seus direitos porque têm, claro, de trabalhar.

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