Não esperava e não foi por falta de ouvir falar bem mas resisti. Agualusa não era para mim. A Teoria Geral do Esquecimento, apesar de ser um pequeno livro também não me parecia ter grande história, e girava em torno de uma mulher que se isola no seu apartamento durante anos quando se deu a Revolução em Angola.
Uma visão simplicista para uma narrativa vibrante e cheia de peripécias, com algumas poucas personagens extraordinárias em torno desta personagem central, que ao contrário, do que eu esperava, não é nada passiva. Cativante. Pequenos capítulos de frases curtas impulsionam para uma leitura voraz. E no fim, a teoria geral do esquecimento fica completa, como a humanidade precisa que o seja com todas as suas perdas. Afinal, a maldade também precisa de descansar. E como leitora precisava de um livro assim.
Autor: José Eduardo Agualusa
Páginas: 248
Editora: Quetzal Editores
ISBN: 9789897224416
Edição: 2018/ novembro
Edição: 2018/ novembro
Durante os tumultos da véspera da indepencência de Angola, Ludovica Fernandes Mano - aterrorizada com os acontecimentos - decide proteger-se e isolar-se no seu apartamento. Ergue uma parede separando o seu apartamento do resto do edifício - do resto do mundo. Durante quase trinta anos sobrevive a custo, como uma náufraga numa ilha deserta, vendo, em redor, Luanda crescer, exultar, sofrer. Morre em Luanda na Clinica Sagrada Esperança (curiosamente, o título de um livro de poemas de Agostinho Neto), na madrugada de 5 de outubro de 2010, contando oitenta e cinco dias. Durante esses trinta anos, Ludovica ("Ludo") escreve um diário, vários poemas e um vasto conjunto de reflexões sobre esse período - além de desenhos a carvão nas paredes do apartamento.
Tudo registado em cadernos e papeis que Sabalu Estevão Capitango ofereceu ao narrador deste livro...
Sem comentários:
Enviar um comentário