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quinta-feira, 21 de julho de 2022

O Que Diz Molero

A minha opinião: 

De início não foi fácil. O enredo parecia obtuso. Duas personagens, Austin e Mister DeLuxe dialogaam sobre reparos de Molero mas o porquê de tanta minúcia com muitas personagens não se compreendia. Depois a escrita quase poética e simultâneamente brejeira e bem humorada que remonta a outro tempo num lugar como um bairro típico de Lisboa convenceu e deixou de ser relevante porque gradualmente foi fazendo sentido. O galhardo grupo dos Sertórios, Vai ou Racha e o Angêlo animaram o meu serão. O que diz Molero é para ser lido em voz alta e saborear a cadência das palavras. O mergulhar temeroso e analítico na escrita que tira o fôlego.

Um relatório sobre um rapaz, sem nome, desde a sua infância numa demanda pelo sentido para a vida, para escapar à miséria ou ao peso dos outros. Não é desgraçadamente cómico mas brilhante e intemporal.

Autor: Dinis Machado
Páginas: 152
Editora: Quetzal Editores
ISBN: 9789725647622
Edição: 20/  

Sinopse: 
O que Diz Molero, de Dinis Machado, conta a história de um rapaz, nunca referido pelo nome próprio, oriundo de uma comunidade pobre, que mergulha no mundo em busca da grande aventura vivencial. Molero é um detective incumbido (pelos seus superiores, Austin e Mister Deluxe) de seguir o itinerário - mental, emocional e geográfico - do rapaz e fazer os respectivos relatórios. Esses relatórios vão sendo comentados e discutidos, e é através destes que o leitor conhece a história do rapaz: as viagens, as mulheres, os livros.
Este romance, que revolucionou a linguagem, a literatura, e a maneira de se ver a literatura, teve mais de vinte edições desde a sua primeira publicação, em 1977, e vendeu mais de cem mil exemplares, sendo um dos raros livros que, em Portugal, têm sido aclamados quer pela crítica quer pelo leitor comum, alcançando o estatuto de clássico da literatura do século XX. O que Diz Molero imortalizou Dinis Machado e tem adaptações ao teatro e ao cinema, e traduções em francês, italiano, espanhol, alemão, checo e búlgaro. 

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