A minha opinião:
Sebastião Velho na casa dos sessenta anos, recorda a voz de menino que brincava na azinheira grande a mais clara das suas memórias embrulhadas numa espécie de sono e de espera. E logo começa...
Romance de época da nossa gente. Mundos tão dissemelhantes que nos parecem mais recuados e que Campaniço recupera com mestria numa escrita que encanta, expressiva e bela, com uma sonoridade que apetece ler e reler para melhor apreciar.
A solidão dos campos e o silêncio afetam a vida de duas familias vizinhas desavindas, uma pobre e outra rica, em que o ciúme de um e o desejo do outro não permitem acertos. E com o passar dos anos tanto se deu na vida destas duas familias e apenas Jacinto Velho soube o que era a verdadeira riqueza.
Autor: Carlos Campaniço
Páginas: 288
Editora: Casa das Letras
ISBN: 9789896614553
Edição: 2022/ junho
Edição: 2022/ junho
Sinopse:
Quando Francisco d'Almeida Lobo decide passar a viver o ano inteiro no Monte do Azinhal para cuidar pessoalmente da propriedade, ignora que a presença da família Velho no Montinho lhe vai criar tensões impossíveis de ultrapassar. Primeiro, porque Jacinto Velho se recusa a dar-lhe uma mão; depois, porque descobre que a mulher dele não é senão Maria Barnabé, com quem teve uma história longe de estar resolvida. Os ânimos, porém, só ficarão ao rubro quando - contra a vontade do pai - o primogénito dos Velho lhe pedir trabalho…
No mesmo espaço agreste, debaixo do mesmo sol escaldante, duas famílias distintas em tudo vivem um litígio insanável. em comum, têm apenas o amor e o ódio e uma solidão que parece não ter cura. Será que algum dia conseguirão sobreviver a uma vizinhança tão declaradamente hostil?
Depois do realismo mágico de Os Demónios de Álvaro Cobra, do virtuosismo de Mal Nascer e da comédia de enganos que é o romance As Viúvas de D. Rufia, Carlos Campaniço regressa com uma ficção desafiante que nos faz pensar como a vida social e a civilidade são absolutamente essenciais ao equilíbrio dos seres humanos.
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