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quinta-feira, 22 de abril de 2021

Almoço de Domingo

A minha opinião:
Prosa inspirada que desconhecia. Palavras que projetam imagens e buscam lembranças e afetos nos três dias que antecedem o acontecimento referido em título. O  primeiro romance que leio de José Luis Peixoto. Um romance muito especial, sobre uma vida, cheia de muitas outras vidas. A do Senhor Rui, Senhor Comendador. Confesso que até recentemente os seus livros não me tentavam mas esta foi uma estreia em grnade. E essas é que valem a pena.

Frases curtas e sentidas muma história que embala e encanta com a serenidade de um senhor que aos oitenta e nove anos sentia uma alegria quase vaidade e aos nove queria ser o menino que amparava a mãe. JPL conjuga o passado e o presente com a facilidade e segurança de quem sabe como se faz e neste entretêm despojado de coisas simples reflete sobre o tempo, a idade, as memórias afetivas e a morte. É realmente um romance muito belo no seu desvelo. 

Contemplativo. Introspectivo. Um romance que se deve saborear como um bom café. O conforto morno de um bom café que se faz sentir no aroma e no paladar. 

Não sei se é um romance para todos mas eu não o poderia apreciar mais.

Autor: José Luís Peixoto
Páginas: 264
Editora: Quetzal Editores
ISBN: 9789897224607
Edição: 2021/ março

Sinopse: 
Um romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.

Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.

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