Páginas

sábado, 3 de fevereiro de 2024

Refúgio no Tempo

A minha opinião:

Não é de todo o meu tipo de leitura mas as críticas são tão boas que cedi à curiosidade. E se andei meio perdida no início, rápidamente me orientei e rendida fiquei ao enredo. É realmente um livro fascinante. Tanto diverte, como inquieta, numa espécie de distopia que, tem um tanto de preminitório. A velhice e a perda de memória que, atinge cada vez pessoas mais novas. E não, não é um livro lúgubre ou amargo porque o refúgio do tempo é de memórias felizes. Muitas delas da infância.

"... a primeira coisa que desaparece com a perda de memória é a própria noção de futuro."
Experimentem aplicar a um povo e a uma nação que esqueceu o que viveu no passado. O narrador não deixa de referir que é búlgaro. 
"Se o produto nacional bruto dependesse do ódio, a prosperidade em alguns países atingiria em pouco tempo as nuvens."

Não é fácil. Como se o alter-ego do autor estivesse a olhar para trás para uma projeção futura num exercício assustadoramente viável.

"Á medida que diminuí a memória, aumenta o passado."

(As chamadas de nota para o fim do livro é que não achei muita piada porque prefiro no fim de cada página).

Autor: Gueorgui Gospodinov
Páginas: 304
Editora: Relógio D'Água
ISBN: 9789897834059
Edição: novembro/2023

Sinopse:
O enigmático Gaustine, que o narrador conheceu num seminário de literatura à beira-mar, inaugura uma clínica para doentes de Alzheimer. De modo deliberado, as diferentes divisões reproduzem as várias décadas do século xx, do mobiliário aos pormenores, o que permite aos pacientes regressarem ao cenário dos seus anos de plenitude. Em breve, um número crescente de cidadãos procura inscrever-se na clínica para escapar ao beco sem saída em que se converteram as suas vidas na actualidade. A ideia espalha-se por toda a União Europeia. E então o passado invade o presente, conferindo à narrativa uma dimensão de premonição e distopia.

Sem comentários:

Enviar um comentário