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segunda-feira, 18 de março de 2013

O Canto de Aquiles

Autor: Madeline Miller
Edição: 2013, Fevereiro
Páginas: 344
ISBN: 9789722525541
Editora: Bertrand
 
Sinopse:
Aquiles, «o melhor dos gregos», filho da cruel Tétis e do lendário rei Peleu, é forte, veloz e belo – irresistível para todos aqueles que o conhecem. Pátroclo é um jovem príncipe inábil, exilado na sequência de um ato de grande violência. Criados juntos por uma questão de circunstâncias, constroem uma ligação inseparável, mas arriscam a ira divina.
São treinados pelo centauro Quíron nas artes da guerra e da medicina, mas, quando chegam os rumores de que Helena de Esparta foi raptada, todos os heróis da Grécia são convocados para cercarem a cidade de Troia. Seduzido pela promessa de um destino glorioso, Aquiles junta-se à causa e Pátroclo, dividido entre o medo e o amor pelo seu amigo, segue-o. Mal sabem eles o que as cruéis Moiras lhes reservam…
Este livro de Madeline Miller, que conquistou o prestigiado Orange Prize 2012, é uma releitura fascinante da lenda do guerreiro Aquiles.
 
A minha opinião:
Este romance atraiu-me desde o primeiro momento que o vislumbrei nas prateleiras de uma livraria. Tudo nele apelava à mitologia grega, com Aquiles e a guerra de Troia. Profecias, mitos e lendas pejados de herois, reis e deuses que lemos e relemos em variadissimas e fascinantes versões. A versão aqui apresentada é de Patróclo como narrador e personagem.
 
Esta é uma estreia gloriosa de uma autora a não esquecer se mantiver este elevado nível de escrita e de construção de personagens. Narrativa vibrante de uma epopeia que certamente todos conhecemos mas, numa escrita suave, cristalina e veloz.  Para além da ação e suspense, temos um amor intemporal em que todas as personagens aparecem com outro colorido e brilhantes de humanidade, como se as reconhecessemos mas renascidas. Certamente que Madeline Miller escreveu com paixão.
 
"Quanto maior o monumento, maior o homem. A pedra que os gregos extraem para o seu túmulo, enorme e branca, estende-se até ao céu. Tem uma inscrição: AQUILES. Será erguida em memória dele e dirá a quem passa: ele viveu e morreu, e vive de novo na recordação."
(pag. 329)
"...Mas a fama é uma coisa estranha. Alguns homens só alcançam a glória depois de morrerem, enquanto a memória de outros se desvanece. O que é admirado numa geração é abdominado na outra. - (Ulisses) Abre as suas mãos largas e prossegue: - Não podemos dizer quem sobreviverá ao holocausto da memória. Quem sabe? Talvez um dia até eu seja famoso. Talvez mais famoso do que tu - concluiu com um sorriso."
(pag. 334) 
 
Um romance surpreendente e justo merecedor de destaque.
Um prazer de ler.

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