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sexta-feira, 28 de outubro de 2022

A Casa Ocupada

 

A minha opinião:

A capa e a sinopse deixaram-me "em pulgas", que é como quem diz ansiosa por o ler e não resisti. E desde logo se percebe que a escrita é maravilhosa, assim como a estrutura narrativa é de alguém que sabe o que faz e depois de pesquisar um pouco apurei que é um primeiro romance porque a incursão na escrita tem sido por outros géneros literários. 

As personagens bem definidas têm alma e cativam, bem como nos transportam para o tempo e espaço referidos. Retratos de época. O enredo, esse como o título indica gira em torno de uma casa centenária transformada e dos seus ocupantes, mas vai alargando ao circulo próximo da narradora com muita graça e humor. Um romance endiabrado que nos leva para ambientes privilegiados e descontraídos com vislumbres da nossa História.

Gostei tanto que li sem parar (também é um romance pequeno). Sei que pareço maçadora ou deslumbrada mas eu leio o que me apetece e faço breve quanto mais gosto. Graça Videira Lopes que romance bom.

Autor: Graça Videira Lopes
Páginas: 200
Editora: Dom Quixote
ISBN: 9789722075732
Edição: Setembro/2022

Sinopse: 
Um brasileiro torna-viagem mandou construir um palacete à Junqueira, em Lisboa, em 1889, para nele instalar a numerosa prole que não cessou também de aumentar fora de casa. O edifício - abandonado pelos anos 1950 e ocupado na sequência da revolução de abril de 1974 - está hoje transformado num condomínio de luxo onde moram Pedro e Júlia, um jovem casal de economistas.

É pela voz de Júlia - curiosa sobre o passado da casa -, mas também da sua cunhada Sofia, do namorado desta e de outros narradores, que vamos conhecendo não só as histórias das próprias personagens, mas também as que elas vão gradualmente descobrindo: a do republicano José Anastácio, o primeiro proprietário do palacete; e a do pai de Pedro e de Sofia, maoista em tempos da Revolução de 1974 e empresário de sucesso muitos anos depois.

Inteligente, divertido e cheio de surpresas, este romance - finalista do Prémio LeYa em 2021 - toma as décadas anteriores à implantação da República, os anos da Revolução de Abril e os tempos atuais como contexto e cenário, para nos oferecer um retrato breve e irónico de algumas elites portuguesas, desde finais do século XIX até aos nossos dias.

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