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domingo, 22 de janeiro de 2023

Caderno de Memórias Coloniais

 

A minha opinião:

Esta é a história da pequena Isabela e do colonialismo entretanto desaparecido. Trata de relações do gênero, racismo e do nacionalismo. Memórias de um tempo recente. Não me surpreendeu, mas de tão profundamente honesto pode chocar. Sem filtros e sem rodeios. Direto ao âmgo.

"Precisamos de tempo para compreender. Para matar. Para poder olhá-los de novo na cara com o mesmo amor. Para perdoar."

Isabela escreve sem desperdício. Tudo dito e em poucas palavras. E é extraordinário. E muito corajoso. Obrigatório ler.

Autor: Isabela Figueiredo
Páginas: 224
Editora: Editorial Caminho
ISBN: 9789722127585
Edição: Outubro/2022

Sinopse:
«O Caderno de Memórias Coloniais relata a história de uma menina a caminho da adolescência, que viveu essa fase da vida no período tumultuoso do final do Império colonial português.
O cenário é a cidade de Lourenço Marques, hoje Maputo, espaço no qual se movem as duas personagens em luta: pai e filha.» Isabela Figueiredo, in «Palavras prévias»

«Nenhum livro restitui, melhor do que este, a verdade nua e brutal do colonialismo português em Moçambique. Até porque, como a autora refere, ele aparece envolvido pelo mito da sua mansuetude - sobretudo quando comparado, como era sempre, com o apartheid sul-africano. Mito tão interiorizado pelos próprios colonos que através dele, como por uma lente, percepcionavam a realidade de que constituíam um elemento decisivo - como considerar-se a si mesmos violentos e prepotentes no tratamento que davam aos negros?
A verdade escondia-se sob a boa consciência necessária à regularidade quotidiana da vida «paradisíaca» dos brancos. Para a desenterrar era preciso ir procura-la nas sensações infinitamente vibráteis e virgens de uma menina, filha de colonos, que vivia à flor da pele o sentido mais profundo de tudo o que acontecia.»
José Gil, in «Sobre Caderno de Memórias Coloniais»

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