A minha opinião:
Um pequeno livro com ilustrações simples sobre duas personagens masculinas e duas femininas que tinham em comum a sua situação. Eram sem abrigo. As conversas decorriam quando se recolhiam debaixo de umas arcadas para dormir e apenas se tinham uns aos outros por companhia. Invisíveis aos olhos dos outros.
Pertinente história para recolocar as prioridades e perceber que a linha que nos separa é estreita.
O que não gostei e me transtornou foi o excerto de maldade com um cão. E não, não era nada com nenhuma das personagens.
Uma brevissima narrativa num elegante livro de capa dura que tem uma linguagem quase poética e muito sentida.
Uma prenda de natal.
P.s.- Uma peça de teatro, o que não tinha percebido que se tratava.
Autor: Afonso Cruz
Páginas: 112
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 9789897849237
Edição: novembro/2023
Edição: novembro/2023
Sinopse:
Lili ocupa o tempo de sobra a experimentar chaves em portas. O couraçado Korzhev dobra e desdobra mapas e carrega no bolso conchas que lhe devolvem a maresia. A senhora de fato suspira pelo tempo em que vivia uma vida alcatifada, com dois carros, um cão e um gato. Jorge sabe que bastou um passo em falso para ir parar ali. É o que separa as pessoas que vivem em casas das pessoas que vivem na rua: um passo mal dado.Num texto belíssimo, pleno de dor e ironia, Afonso Cruz imagina as vidas de um grupo de pessoas que vive debaixo do mau tempo, abaixo da linha mínima da dignidade e conforto que deveria caber a cada pessoa. O Cultivo de Flores de Plástico é um apelo para que olhemos para os seres invisíveis das nossas cidades.
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