A minha opinião:
"Por vezes, relembrar é fazer também uma espécie de luto."
Natasha é uma refugiada de Leste em Manhattan. Gaga devido a um trauma. E na sua solidão procura conforto numa lavandaria e com isso, consegue emprego com um acumulador.
Melanólica narrativa num outro tempo. Desesperançadas personagens que quase me aborrecem, se não fosse o controle que o autor tem sobre o ritmo da história, até que George B., o acumulador, entra como protagonista com a sua versão de vida. A rapidez com que a narrativa se desenrola é outra. Sombria quando recorda a Sida. E comovente quando se percebe o trabalho de Natasha para George.
Dividido em três partes é um romance que nos vai conquistando a pouco e pouco e enredando com personagens solitárias e inaptadas numa cidade como Nova Iorque, em que acabamos por nos apaixonar pelas personagens e pela cidade. Um romance que se termina com perplexidade. Um romance de João Tordo.
Autor: João Tordo
Páginas: 336
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 9789897849275
Edição: novembro/2023
Edição: novembro/2023
Sinopse:
Nova Iorque, 1991.
Ao aterrar na América, Natasha, refugiada de um país da ex-União Soviética, está longe de imaginar que o seu exílio se transformará numa aventura labiríntica pela grande cidade e pela alma humana. O caminho desta rapariga cheia de medos e sonhos cruza-se com o de George B., homem marcado por um passado misterioso, que vive em total isolamento em plena cidade, barricado num apartamento apinhado de objectos inúteis.
George oferece a Natasha um emprego bizarro: ler-lhe em voz alta a lista telefónica de Nova Iorque. Enquanto a rapariga aprende a suportar as saudades da sua família e do seu país, esboçando uma nova vida na metrópole vibrante e crua, George, por seu lado, procura obsessivamente um nome entre os milhões de nomes que a cidade esqueceu; um nome que poderá salvá-lo, ou ser a sua danação.
Tomando como inspiração uma história verdadeira publicada no New York Times, João Tordo constrói um romance enigmático, impulsionado pelo acaso e pela memória. O resultado é uma narrativa que disseca a solidão, grande doença dos nossos tempos, confrontando as suas personagens e os leitores com o passado com que todos tentamos reconciliar-nos.
O Nome que a Cidade Esqueceu marca o regresso de um dos escritores mais estimados do público a um lugar que lhe é familiar, numa história plena de imaginação, arrojo, candura e compaixão.
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