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domingo, 10 de março de 2024

Caro Michele

 

A minha opinião:

Caro Michele é uma narrativa epistolar em que se conhece as personagens. E se de início se estranha porque o destinatário destas missivas, Michele, o filho que fugiu, é o resultado de uma familia disfuncional, por outro, estas personagens têm estreitos laços que os torna profundamente humanos e que torna esta narrativa muito apelativa. Personagens em que "há a impressão que todos temos uma arte subtil para criar situações desesperadas, que ninguém pode resolver e que não nos permitem prosseguir nem para a frente nem para trás." E é isso mesmo. Personagens solitárias, destrambelhadas e tontas mas em a " respirar nada mais do que a própria solidão, e então, nessa parte de nós, cada um pode pôr-se no" lugar e compreender.

Não é o livro que mais gostei da Natalia porque não é um livro luminoso e é um dos últimos que escreveu sobre relações familiares nos anos setenta. Um livro triste que nos remete para o luto.

Autor: Natalia Ginzburg
Páginas: 152
Editora: Relógio D'Água
ISBN: 9789897834219
Edição: fevereiro/2024

Sinopse:
Natalia Ginzburg conta-nos a história de um filho perdido, Michele, que deixou a família para se casar num país distante e que, após uma vida desordenada, haverá de morrer em circunstâncias pouco claras. O leitor conhece a vida de Michele através das cartas que este recebe da sua mãe, da irmã Angelica e de alguns amigos. O cenário da obra é a cidade de Roma no início dos tumultuosos anos 70.

Reatando com a narrativa epistolar, Natalia Ginzburg aborda a relação entre gerações e a proximidade e a distância do que é essencial em qualquer relação humana. A clareza e a ambiguidade da escrita de Natalia Ginzburg afirmam-se em Caro Michele, publicado originalmente em 1973.

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