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segunda-feira, 23 de maio de 2022

A Ilha das Árvores Desaparecidas

A minha opinião: 

A ilha é Chipre. A árvore é a figueira. E Ada é uma miúda especial que vive em Inglaterra e percepciona a dor dos outros e a sente. Meryem, Kostas e Defne, que grandes personagens.

Parece bizarro mas não é e é um modo muito hábil e original de narrar e intervir com uma árvore como a figueira como narrador/ protagonista. O que não é tanto de se estranhar se se tiver em conta que é mais um romance de Elif Shafak e o talento e mestria desta autora não deixa de surpreender e encantar. 
Nota prévia, não é um romance de fantasia, muito pelo contrário, porque as questões ambientais estão bem presentes,o que o torna muito atual e pertinente.

A narrativa divide-se entre as duas ilhas e em dois tempos distintos porque as histórias germinam, crescem e desabrocham sobre as raízes invisíveis umas das outras. Duas gerações. Uma armou confusão pro causa da etnia ou religião. E a ilha, Chipre, foi dividida por essas linhas.

Amargo e doce. Um romance que nos enriquece. Um romance sobre o que é importante.

Autor: Elif Shafak
Páginas: 376
Editora: Editorial Presença
ISBN: 9789722368827
Edição: 2022/  março

Sinopse:
Estamos na ilha de Chipre e corre o ano de 1974. Dois adolescentes, de dois lados opostos de uma terra dividida, encontram-se numa taverna. Aquele lugar, na cidade a que chamam casa, é o único em que Kostas, grego e cristão, e Defne, turca e muçulmana, se podem encontrar secretamente e esquecer, por breves instantes, os problemas do mundo lá fora.

Naquele refúgio, bem ao centro, despontando por entre as telhas, cresce uma figueira. É ela que testemunha tudo: os silêncios e as confissões; a felicidade dos encontros e a melancolia das partidas; o início da guerra civil e a destruição da cidade - e a separação de Kostas e Defne.

Passam vários anos. Estamos agora em Londres. Ada nunca conheceu a ilha onde nasceram os seus pais e tem muitas perguntas sem resposta. A história da família está envolta em segredos, palavras proibidas e ruturas. a única coisa que a liga à terra da mãe e do pai é a Ficus carica que cresce no jardim de sua casa.

Esta é a história de um amor proibido, num cenário de raiva e violência que tudo quer destruir à sua volta, mas é também a história que dá voz às gerações passadas, tantas vezes silenciadas pelos conflitos. Profundamente humanas, plenas de falhas, dúvidas, generosidade e contradições, as personagens de Elif Shafak emergem de uma escrita arrebatadora, numa mistura de sonho, dor, imaginação e amor.

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