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sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Colchão de Pedra

 

A minha opinião:

Estreia absoluta.Nunca li nada de Margaret Atwood. Nesse sentido não ousei até nove contos ou "fábulas" em Colchão de Pedra me tentarem. "Fábulas" é o que a autora designa mas as personagens não são animais mas pessoas. Em certas ações não deixam de o ser.

As primeiras três narrativas têm um elo em comum. O poeta Gavin Putnam. A vida real está presente com as perdas e amarguras num registo lúcido e critíco, e bem visual sobre o envelhecimento e a perda. Usa e abusa do sarcasmo. Metafórico Alphinland. As figuras do imaginário não estão ausentes nestes contos negros (ou cinza, em consoladora vingança) bem contados. Todos são bons e difícil é escolher o preferido. O penúltimo é justamente o que dá título ao livro. 

Imperdível para quem aprecia contos. Perversos. Maquiavélicos. Esplendorosos. 

Autor: Margaret Atwood
Páginas: 256
Editora: Bertrand Editora
ISBN: 9789722539920
Edição: abril/2023

Sinopse:
Uma das vozes mais consagradas da literatura contemporânea, Margaret Atwood revela inteligência e humor em abundância nestas nove fábulas de ambiente gótico sobre as facetas mais absurdas e deliciosamente perversas do ser humano. A irrupção de vampiros, de criaturas possuídas ou de espíritos, que convivem com personagens e episódios íntimos da vida quotidiana, transformam estas peças literárias em caminhos de bifurcações altamente originais sobre as temáticas inesgotáveis da doença, da velhice e da morte, enquanto pressupõem uma argumentação tenaz em prol de valores como o direito à diferença e à liberdade individual, e uma defesa aguerrida das mulheres num ambiente hostil.

Assim, uma escritora de fantasia, agora viúva, é guiada durante uma noite de inverno pela voz do falecido marido. Uma idosa, vítima de alucinações, aprende aos poucos a aceitar a presença de pessoas miniatura ao seu lado. Uma jovem que nasceu com uma malformação genética passa por vampiro. Um estromatólito com 1,9 mil milhões de anos vinga um crime cometido há muito tempo — e o que é um estromatólito? «A palavra vem do grego stroma, que significa "colchão", a que se junta a raiz da palavra para "pedra". Colchão de pedra: uma almofada fossilizada composta por camada após camada de algas verde-azuladas que formaram um monte ou uma campânula. Foram estas mesmas algas verde-azuladas que criaram o oxigénio que hoje respiramos. Não é espantoso?»

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