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quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Baumgartner


 A minha opinião:

Paul Auster. Nunca li. Não sei porquê porque livros dele há mas imaginava sérios e nada divertidos. Um discurso sério-cómico, critíco e muito realismo, os mesmos fatores que me levam a gostar de ler Siri Hustvedt era o que deveria ter levado em conta.

Baumgartner e o seu pequeno acidente doméstico, bem como a sequência de peripécias, levou-me a pensar em Ove, também ele um homem viúvo e pouco sociável mas as semelhanças ficam por aí. Ove é uma personagem zangada, fechada. Sy não. Ambas mudam.

Sy é professor e escritor. Um homem inteligente, lúcido que se sente dissociado. Um homem em fuga, que o sonho com Anna e que percebe que o tempo se escoa "... quando chegar o fim que ao menos lhe seja concedida a dignidade de o seu coração parar em pleno esforço de uma última frase da sua lavra. de preferência as palavras finais de um sonoro vão-se foder dirigido aos loucos famintos de poder que governam o mundo."

Linguagem acessível, escrita elegante e muito fluída para uma grande empatia com Baumgartner. Adorei.

Autor: Paul Auster
Páginas: 208
Editora: Edições Asa
ISBN: 9789892359519
Edição: outubro/2023

Sinopse:
Tudo começa com uma panela de água, que Sy Baumgartner - escritor de renome e professor de Filosofia à beira da reforma - acabou de esquecer no fogão.

A vida de Baumgartner fora definida pelo seu profundo amor pela mulher, Anna. Nove anos passaram desde que ela morreu inesperadamente num bizarro acidente de natação, e Baumgartner continua a lutar para sobreviver à sua ausência.

O romance de ambos é-nos então desvendado desde o seu início, em 1968, quando Sy e Anna se conhecem enquanto estudantes falidos em Nova Iorque, e segue a relação apaixonada que mantêm ao longo dos quarenta anos seguintes.

Serão as memórias de Baumgartner coincidentes com as de Anna, cujos textos autobiográficos ele decide agora ler? Porque é que nos lembramos de certos momentos da nossa vida e esquecemos outros por completo? De que são feitas as nossas histórias pessoais?

Baumgartner revela Paul Auster no auge da sua mestria criativa e estilística. Um romance fulgurante sobre a beleza e a tragédia da vida quotidiana.

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