Adoro a capa. E o título curto para uma breve história que começa a partir do matricídio. A imagem desta mulher alude à serena angústia da espera como a da narradora/ personagem.
As narrativas de Natalia têm uma pecularidade que a distingue e que eu gosto muito. O distanciamento e a frieza com que são contadas as histórias, ainda que na primeira pessoa é assombroso e parece que as emoções e sentimentos profundos das personagens estão bloqueados mas o leitor não deixa de os sentir. E de perceber como se estivesse a visualizar o crescendo de uma tensão numa análise psicossocial intemporal. Foi assim. Um casamento mais ou menos igual a muitos outros. Dolorosamente brutal!
"Quando uma rapariga está muito só e leva uma vida bastante monótona e cansativa com poucos trocos no bolso e luvas gastas, corre atrás de muitas coisas com a imaginação e fica sem defesa perante os enganos e os perigos que a imaginação prepara todos os dias a todas as raparigas."
Autor: Natalia Ginzburg
Páginas: 104
Editora: Relógio D'Água
Editora: Relógio D'Água
ISBN: 9789897833564
Edição: setembro/2023
Edição: setembro/2023
Sinopse:
«No final, todavia no início. Pois o romance começa por narrar o crime: "Disparei-lhe nos olhos." Depois, sentada num banco do jardim público, antes de se entregar, evoca a história. Contá-la aqui seria retirar-lhe todo o sabor, aquele rigor límpido que a rege do princípio ao fim sem qualquer hesitação e nos faz lê-la toda de enfiada.»
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