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quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Lei da Gravidade

A minha opinião:

Uma questão a que responder. Será que a vida imita a literatura, ou o contrário? E nesse propósito embrenhei-me nesta romance, de capítulos curtos, e personagens vulgares mas extraordinárias que apetece conhecer e querer estar. E que inquietam.

Gabriela Ruivo sabe escrever e sabe chegar ao cerne do que quer que o leitor atinja e como tal, não deixa esta questão sem resposta. A contemporaneidade é colocada em espelho a partir de um padrão de abuso e violência sobre as mulheres. E a espiral recua e avança em caleidoscópio em sensação de queda. Um romance que adorei.

"Os livros vão-se, as histórias ficam." Sementes para um futuro que já edifica 

Autor: Gabriela Ruivo
Páginas: 264
Editora: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-03662-9
Edição: setembro/2023

Sinopse:
Será a vida que imita a literatura, ou o contrário?
O que terão em comum um velho à beira da morte numa cama de hospital, o escritor de um bestseller, um pré-adolescente inquieto e um menino de dois anos com um fascínio por livros? Que destino espera as amigas Maria Ana e Ana Maria – o espelho uma da outra? Conseguirá uma livrar-se do marido agressor, e a outra do sofrimento da perda? E Marinela? E Mariana? E a mãe solteira que existe em todas elas, fruto de um abandono continuado? E o pai, protagonista do descalabro? E o futuro, que teima em ser passado, e o passado, que teima em ser futuro?
O tempo é o grande mistério. É ele que se ri de nós do outro lado do espelho, no reflexo onde procuramos o sentido da existência e que teima em nos devolver a imagem do absurdo. É também ele que perpetua um incessável padrão de violência, que faz com que a mesma história se repita uma e outra vez, lutando contra a esperança do leitor de que o ciclo, por fim, se quebre.
Neste ousado e original romance, Gabriela Ruivo oferece-nos com maestria um universo alternativo onde o tempo se sujeita à lei da gravidade – a força motriz que agrega passado, presente e futuro, e dissolve os contornos da realidade – e convida-nos a explorar outros mundos no interior dos conceitos de espaço e de tempo e, em última análise, da própria Literatura.
O ABANDONO. O DESEJO DE LIBERDADE. E O MEDO DA SOLIDÃO QUE NOS PRENDE NUM CICLO DE VIOLÊNCIA.

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